Será este o segredo de Eike Batista, o homem dos US$ 27 bilhões? A trajetória do empresário é uma das mais emblemáticas desses novos titãs da economia brasileira. Ele criou o grupo EBX na década de 80, mas só a partir de 2004, quando foi à bolsa de valores, transformou seus negócios num conglomerado avaliado em R$ 61 bilhões, segundo dados da Economática. “O Brasil é o melhor país do mundo para mexer com recursos naturais”, diz Batista, que tem empreendimentos nas áreas de petróleo e gás, mineração, energia e logística.
Desde 2004 as empresas do grupo EBX levantaram US$ 10 bilhões no
mercado de capitais para financiar investimentos ambiciosos em projetos
de longo prazo. O empresário captou mais de US$ 8 bilhões com a venda de
ativos, criando uma máquina de exploração mineral que emprega 20 mil
pessoas em nove Estados.
Investiu US$ 3,4 bilhões até 2009 e está investindo mais US$ 15
bilhões entre este ano e 2012. A trajetória do empresário incluiu
negócios da Rússia à Grécia, da Argentina ao Canadá.
A decisão de concentrar os negócios no Brasil veio em 2000, quando o
País já dispunha de uma moeda estável e um mercado interno mais
promissor. “Tive mais sucesso no Brasil do que no resto do mundo”, diz
Batista.
Ele não está sozinho na exploração dos negócios de petróleo e gás. Um
concorrente declarado é o empresário Márcio Rocha Mello, que criou a
HRT. A empresa tem pouco mais de um ano de idade, ainda não extraiu
nenhuma gota de petróleo, mas já amealhou R$ 2,6 bilhões com a abertura
de seu capital na Bovespa em outubro passado. Mello não diz, mas o modelo de negócios criado por ele é semelhante, e talvez tenha sido inspirado na OGX de Eike Batista.
Outro setor que se fortaleceu nos últimos oito anos e ajudou a
forjar a nova safra de bilionários é o da construção civil. Não por
acaso, Elie Horn, sócio da construtora Cyrela, passou a integrar a
famosa lista de bilionários da Forbes, com patrimônio estimado em US$
2,2 bilhões.
A empresa fundada por Horn em 1962 abriu capital em 2005. Hoje, o
valor de mercado da empresa listada na bolsa é de R$ 8,5 bilhões. Não é
por acaso que este é um dos setores mais pujantes da economia. Depois de
anos com a demanda represada, de novo, a atuação do governo federal foi
determinante.
O lançamento do programa Minha Casa Minha Vida que, em dois anos,
entregou mais de um milhão de moradias. Só em 2010 o setor em que Horn
atua deve crescer 11% – um recorde na história do país.
“A área de serviços tende a crescer muito nos próximos anos. E
estamos falando desde os serviços mais básicos como turismo até áreas
mais sofisticadas, como transporte entre plataformas marinhas de
exploração de petróleo e o continente”, diz Alves, da FGV.
Mais pragmático, Guilherme Paulus tem outra dica para quem quer
enriquecer: “Com R$ 80 mil o empresário abre uma franquia da CVC”, diz o
bilionário da vez, mostrando que não chegou lá por acaso.
Créditos:Istoé