Continuação da série de três postagens que mostraremos como o rico fica cada vez mais rico..."Aprenda com eles e tenha sucesso".
Em 2002, a inflação medida pelo Índice Geral de Preços ao Consumidor (IPCA) bateu na casa dos 12,5%. Até novembro deste ano o índice foi de 5,63%. Oito anos atrás, a concessão de crédito respondia por 25,1% do PIB.
Agora responde por 45,3%. O Brasil vive a era do pleno emprego. O
índice de desemprego caiu de 12,7% da população economicamente ativa, em
janeiro de 2003, para 5,7% em novembro deste ano – um percentual igual
ao de países como Suécia e Noruega.
Entre outros indicadores, há também o produzido por agências
internacionais. Elas vivem de sinalizar aos investidores qual é o risco
de colocar dinheiro em um determinado país ou empresa.
Em 2002, uma dessas agências, a Standard & Poor’s, dizia que
era arriscado investir por aqui. Hoje, o Brasil é um dos países que a
agência recomenda para investidores que buscam rentabilidade com
segurança.
Para quem ainda não tem o seu bilhão, pode parecer pouco, mas foi
por conta desse tipo de sinalização que Paulus pôde vender 60% do
capital da CVC para o fundo de investimentos americano Carlyle, em
dezembro de 2009, por cerca de R$ 1 bilhão.
O resultado foi uma explosão de consumo nunca antes vista na
história deste país, como o próprio presidente da República gosta de
dizer. Este contingente impulsionou negócios como o de João Alves de
Queiroz Filho, dono da Hypermarcas.
Júnior, como é conhecido o dono da Hypermarcas, começou seu
patrimônio em 2002, dois anos depois de sua família vender a marca
Arisco para a multinacional Bestfoods.
Com foco nas classes de menor poder aquisitivo, a empresa de Júnior
produz desde lã de aço até medicamentos e artigos de higiene e beleza.
Só o setor de higiene e beleza vendeu R$ 28,4 bilhões em 2009, o
que representa crescimento de 3,2% sobre o ano anterior. Segundo dados
da Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e
Cosméticos (Abihpec), o Brasil é o maior mercado consumidor de
desodorantes do mundo.
São dados como este que fizeram com que o dono das marcas Bozzano e
Avanço, entre outras, entrasse para a lista de bilionários, com um
patrimônio pessoal estimado em US$ 1,6 bilhão.
Enquanto a Hypermarcas está de olho nas classes D e C, a Natura vai atrás da classe média tradicional.
“Ninguém
ficou para trás nos últimos oito anos em termos de padrão de vida”, diz
o professor de ambiente econômico global do Insper, Otto Nogami.
As condições macroeconômicas internacionais também fizeram a
diferença. Até a crise de 2008, o mundo viveu um período de crescimento
como poucas vezes se viu, o que beneficiou os exportadores. “A demanda
global explodiu e aí entra a visão dos empreendedores que souberam
traduzir isso em negócios”, diz Nogami.
Ele cita os empresários Blairo Maggi e Rubens Ometto como exemplos do que se convencionou popularmente chamar de tino comercial. Maggi deixou de arrendar terras para se tornar um dos maiores produtores de soja do mundo.
Ometto deixou de ser apenas um usineiro para inscrever seu nome
entre os maiores produtores globais de biocombustível e ingressar na
emblemática lista de bilionários da Forbes.
Ometto associou-se com a anglo-holandesa Shell e sua empresa, a Cosan, virou parte de um conglomerado com receita de R$ 50 bilhões anuais. “E, se você quiser figurar na lista dos bilionários dentro de alguns anos, recomendo apostar em setores como indústria automobilística, de eletroeletrônicos, de energia, transportes e outros serviços”, diz Evaldo Alves, professor de economia da Fundação Getulio Vargas.